quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cordel “Lula é o Cara”

O presidente Lula nos dizia que levássemos a Literatura de Cordel a todos os recantos do Brasil. E estamos começando por Brasília porque tudo que aqui acontece, as demais regiões tomam conhecimento. Hoje estamos abrindo este I ENCONTRO NORDESTINO DE LITERATURA DE CORDEL EM BRASÍLIA e aproveitamos para lançar já a segunda edição do livro "LULA NA LITERATURA DE CORDEL", que em nove meses aumentou de 306 para 528 páginas, mesmo tendo ainda içado muito poemas de fora, por falta de estrutura para coletar todos os que estão aparecendo sobre este presidente que tem apoiado a cultura brasileira como nunca se viu.

Naquele dia, na estrofe 17 do nosso discurso, dizíamos:
É o Lula que veio em pau–de-arara
Do flagelo da seca pra o Palácio;
O “da Silva”, “o Luís”, o “Lula Inácio”,
Que perante as barreiras nunca para.
Esse cara sem pose, é ele o cara,
Que é a cara tão cara de milhões;
Que não treme perante as opressões,
Que jamais se dobrou à ditadura.
É dureza dosada com ternura
É o vento que arrasta as multidões.

Dizíamos, queridos brasileiros, que “Lula é o cara”. E dizíamos, com rima, métrica e oração e ritmo. Oito meses depois o presidente Barack Obama repetiria a frase e a imprensa que não viu o cordelista, divulgou no Brasil inteiro que Lula “é o cara”. Há quanto tempo, nós, Literatura menor. Mas como se ela está na raiz da chamada Literatura maior e ainda no cinema, no teatro, nas artes plásticas, no jornalismo, na Filosofia, enfim no saber que se constrói neste País.
Foi por isso que o deputado Fernando Mineiro me ligou ontem e disse: insista na frase “Lula é o cara”, pra ver se finalmente conseguem ver o grande poder do Cordel e o grande trabalho do presidente. E transformei sua sugestão num mote para saudar nosso presidente: Por isso que ele é o cara. E glosei:
1
Mas quem é mesmo esse Lula
Tão cantado em Cordel?
É terror de coronel,
Pancada em quem especula,
É teimosia profética
É força e garra com ética
É Cristo, É Gandhi e Guevara,
Que enfrenta parada dura,
Sem perder nunca a ternura...
Por isso que ele é O CARA.
2
Lula é a quintessência
Dos levantados do chão
De quem venceu no Sertão
A seca e a prepotência;
É quem não teme perder
Porque aprendeu vencer...
É essa energia rara
Que herdou de Dona Lindu
Num Sertão tostado e cru
Por isso que ele é O CARA.
3
Lula driblou o destino
Com coragem e luta vasta,
Quebrou a casca da casta
Reservada ao nordestino
Que não herdou sesmaria
Nem veio da academia
Que ao descer do pau-de-arara
Em vez de ser delinqüente
Transformou-se em presidente...
Por isso que ele é O CARA.
4
Lula é quem reescreveu
A cartilha do ABC,
Soletrou greve e PT
Cresceu e apareceu...
Reescreveu a história
Dando glória pra os sem glória
Quebrando outro pau-de-arara
Que é o símbolo da tortura
E enterrou a ditadura...
Por isso é que ele é O CARA!
5
Depois nós vimos Luis
Na Caravana que ia
Parir a cidadania
Das entranhas do País
Peitando soba e alcaide
Dando um chute no apartheid,
A estupidez que separa
Brasil de fêmea e de macho,
Brasil de cima e de baixo...
Por isso que ele é O CARA
6
Depois foram as eleições,
Factóides e firulas,
Fabricaram os anti-lulas
Ganharam três votações;
Quanto mais Lula perdia
Mais o Brasil sucumbia
Num berço “esplêndido”, de vara
Depois que Lula ganhou
O gigantão acordou
Por isso que ele é O CARA.
7
Lula ganhou, assumiu,
Começou a juntar caco,
Danou-se a tapar buraco
Levantando o que caiu...
Deu um basta nos desleixos
Botou o Brasil nos eixos
Apagou muita coivara
Provou de maneira incrível
Que outro Brasil é possível
Por isso que ele é o cara
8
Criou o SAMU urgente
Remédio barateado,
Fez o SUS humanizado
Fez o Brasil Sorridente
Combatendo as endemias
Evitando as pandemias
Saneamento dispara
Que é obra que não faz foto
Que dá saúde e não voto...
Por isso Lula é o cara.
9
Universidade Aberta
ProUni em todas cidades
Novas universidades
E muita extensão aberta,
Brasil Alfabetizado
Mais professor concursado,
FUNDEB, nem se compara...
Mesmo sem diplomação
‘Stá diplomando a nação
Por isso Lula é o cara
10
Fez os Pontos de Cultura
Respeitando a identidade
Forjando a diversidade
Promovendo Mais Leitura
Folclore, Vídeo e cinema
A Música, a Dança, o Poema,
Está tudo mais odara...
Exclusão virou insulto
Hoje o Brasil é mais culto...
Por isso Lula é o cara.
11
Pra quem lavra a terra dura
Temos mais assentamentos
Pronaf tem mil aumentos
Melhorando a agricultura
E para acabar engodos
Lula fez o Luz pra Todos
A casa rural ‘stá clara
O campo está produzindo
E a fome se esmilingüindo
Por isso Lula é o cara.
12
Leva o seu discurso afoito
Sem temer fama ou acinte
Tornou viável o G-20,
Ajoelhou o G-8
Soma-se à Rússia e à China,
Dá apoio à Palestina
Aos donos do mundo, encara;
Ao Mercosul não desfalca
Fez o enterro da ALCA
Por isso que ele é o cara
13
Não fala russo, alemão,
Nem francês e nem inglês
Fala mesmo o Português
Falado pelo povão
Fala com crânio e com alma
Só sai debaixo de palma
Sapatos ninguém dispara.
E embaixador sem sapato,
Isso acabou-se de fato
Por isso Lula é o cara
14
Veio a crise mundial
Disseram estamos de esmola
Lula disse: Isso é marola
Ninguém perca o alto astral
Quem disse que o Brasil quebra,
Quebra a cara e não celebra
O caos e se desmascara...
E hoje o Brasil está aí
Credor do FMI
Por isso que ele é o cara
15
O petróleo do Pré-Sal,
Os gringos tiveram um troço
Pois Lula disse que é nosso
Pra redenção nacional
Nada de novos ‘iraques’
Muito menos Patrobrax
E há dias Lula declara
Que não ta nem aí
Pra os bestas da CPI...
Por isso que ele é o cara

E, por fim para não dizerem que vim só falar do presidente, vamos à
pauta de reivindicações dos poetas que aqui se encontram:

16
Mas agora meu caro presidente
Vamos mesmo falar sobre o Cordel,
Esta arte do humilde menestrel
Que retrata o valor da nossa gente,
Um saber que cresceu e que é semente
Do mais amplo espectro da cultura,
Que é folheto e que é xilogravura;
Que é jornal e que é dramaturgia,
Que é cinema, que é música e poesia
E é suporte à melhor Literatura!

17
A primeira das reivindicações
É o Cordel PATRIMÔNIO CULTURAL
Da nação no modelo IMATERIAL
E do repente nas manifestações,
Coco, aboio e as demais inspirações...
Mas também nós queremos conquistar
Um projeto que está a tramitar
No Congresso pra o crivo do poder
Finalmente poder reconhecer
A profissão de POETA POPULAR!

18
Precisamos que a nossa inteligência
Tenha amparo na hora que cansar
Que o poeta possa se aposentar
Tendo, assim o direito à PREVIDÊNCIA
E que o Congresso aprove com urgência
O Projeto que existe de uma emenda
Dois, três, dois, que esse número a gente aprenda
Pois com ele se alguém patrocinar
Um folheto que a gente publicar
Tem desconto no IMPOSTO DE RENDA!

19.
Nós queremos Cordel em toda Escola
Com projetos que levem os cordelistas
E apresente na classe os repentistas
Com o folheto, o romance e a viola,
Que esse ato transforme-se numa mola
Propulsora da arte da poesia
E que além de palestra e cantoria
Cada escola possua a CORDELTECA
Reforçando a sua BIBLIOTECA
Dando a todos, cultura e alegria!

20.
Que o governo adquira a produção
De folhetos, romances e CDs,
Cordelivros, de Xilos, DVDs,
Reforçando a ação da educação,
MEC e MINC levando essa lição
De casar o ensino com as artes
Com mais aprendizado em todas partes
Reforçando a Didática e o saber
E fazendo as pazes do poder
Com João Grilo, Cancão e Malazartes!

21
Que a Caixa Econômica possa ter
Uma linha de crédito pra o Cordel
Que o poeta que deve é bem fiel
Paga a conta pra outra receber.
É dinheiro pra livro e pra fazer
O folheto, o romance, e pra comprar,
A viola com que irá cantar
E o som pra fazer divulgação
Dessa forma o poema e a canção
Vai vender e o poeta vai ganhar!

22.
Nós queremos também, meu presidente,
Um horário na nossa TV pública
Que é preciso que toda essa República
Reconheça o que é nosso repente
Que o poeta feliz e consciente
Tenha vez como a bola, o rap e o roque
Que o Brasil reconheça o nosso estoque
Do cordel e o repente, essa ciência
Pra podermos gozar de audiência
Do extremo Chui ao Oiapoque!

23
Que as campanhas que são educativas
De estatais e também dos ministérios
Possam ter nossos versos sempre sérios
Carreando as mensagens puras, vivas,
Nossas rimas são muito criativas
E já chega de ver os marqueteiros
Contratando uns atores sem roteiros
Que imitam o cordel de um jeito feio
Acabando o emprego em nosso meio
E acabando a imagem dos violeiros!

24
Que se apóie outras feiras de cordéis
Com estrutura daqui para melhor;
Cada feira se torne bem maior
Dando espaço pra todos menestréis
Que em vez de sofremos um revés
Outras feiras incluam o poema
Nossa música, o teatro e o cinema,
Cordelivros e livros e CDs
Pra o Brasil finalmente ter a vez
De entender o valor do nosso tema.

25
Editais pra Cordel e pra Repente,
Do IPHAN, da FUNARTE, Petrobrás
Que dê prêmios, dê luz e dê cartaz
Pra o sucesso total da nossa gente.
Finalmente, meu caro presidente,
Meu querido ministro da Cultura
Já é hora da rima rica e pura
Ocupar seu lugar, sua cadeira,
Seu espaço na cena brasileira
Com o status de ser LITERATURA!

Brasília, 28 de Maio de 2009
Crispiniano Neto

Recursos do MDS em Santa Catarina


Foram divulgadas as informações sobre os recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), destinados ao estado de SANTA CATARINA, com base no mês de ABRIL DE 2009. No Estado, estão previstos investimentos de R$ 469,8 milhões, durante este ano, em programas de assistência social, transferência de renda e segurança alimentar, atendendo cerca de 1,3 milhão de pessoas. Acima, resumo dos investimentos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Uma marca para ser lembrada


Por Dilvo Ristoff*

O que significa a chama verde que passa a ser a marca identificadora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – instituição que iniciará as suas atividades em março de 2010 nos três estados do sul?

Rica em significados, a marca imaginada pelo designer Vicenzo Berti, da Agência de Comunicação da UFSC, se inspira naquela que talvez tenha sido a primeira grande tecnologia humana, formadora das grandes mudanças e das grandes transformações que acompanharam a humanidade através de sua história. Ao estilizar a chama, no entanto, partindo-a em três labaredas que formam um todo, Berti escapa da obviedade do fogo para nos lembrar dos valores clássicos que historicamente arderam na pira das grandes universidades: a busca do belo, do verdadeiro e do justo, da arte, da ciência e da justiça.

O número três sempre esteve associado a uma grande variedade de sugestões religiosas, familiares, psicológicas e filosóficas. No caso das universidades com U maiúsculo, ela sempre esteve também associada ao tripé que distingue as universidades de verdade de simples faculdades ou escolas superiores: o ensino, a pesquisa e a extensão. A chama de Berti representa muito bem estas grandes funções da instituição universitária, claramente definidas na constituição brasileira, e que devem ser conduzidas de forma indissociável.

Impossível não reconhecer também na marca da UFFS as três categorias que necessariamente compõem a comunidade universitária: professores, alunos e técnicos, que juntos precisam assegurar a busca da arte, da ciência e da justiça, assegurando o exercício competente do ensino, da pesquisa e da extensão.

Não menos importante, cabe lembrar que a universidade terá os seus campi situados na região de fronteira dos três estados do sul. A chama tripartite da UFFS e a sua coloração verde reforçam este significado muito peculiar, manifestando a união dos três estados em torno deste importante projeto social e educacional, revelando desde já a sua preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentado da região de campo e de fronteira.

Talvez inconscientemente, Berti nos mostra em sua chama que, embora nova, a UFFS se inspira fortemente na UFSC - instituição tutora e que dedica à implantação da UFFS parte significativa da energia de seu corpo docente e técnico, elaborando planos administrativos, formulando projetos pedagógicos e trabalhando pela sua viabilização política. Fica a impressão de que a chama da UFFS foi acesa na chama que encontramos no alto do brasão da UFSC, ganhando apenas novo desenho e novo formato em função do novo momento histórico e do novo espaço geográfico onde deverá arder.

*Presidente da Comissão de Implantação da Universidade Federal da Fronteira Sul